segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Hoje foi assim...


 Hoje o tema principal cá de casa foi a Rússia, nas vertentes de salada e montanha! Para além disso, para quem não sabe, o ipod apareceu em 2001 e o livro “A Origem das Espécies” de Charles Darwin foi editado em 1859, cem anos antes da inauguração da montanha-russa da Disneyland. Ou seja, hoje levantamo-nos por volta das 09h45, foi dia de APARENTE descanso matinal, pois aproveitamos a manhã para fazer as limpezas da casa. Entre esfregonas, baldes, vassouras e panos, limpamos, da melhor forma possível, a casa que nos acolhe.

         O almoço foi feito rapidamente, pois fomos ao restaurante (segundo a Ir Judite - agora sim, escrito corretamente -, comemos comida restaurada do dia de ontem!! Hehe). A tarde foi passada a preparar e organizar as formações que começarão para a semana com as mamãs e crianças que são acompanhadas pela Pastoral da Criança, e para quem mais queira aparecer! (se quiserem, estão convidados!!) Estivemos com uma das líderes de um dos grupos a expor dúvidas e a tentar conhecer um bocadinho melhor a realidade aqui de Angola, e os costumes e mitos deste povo.

         Ah! Falta dizer que hoje ao início da tarde bateram a porta e pediram para falar com a Teresa Valente! (???). Era uma senhora chamada Teresa Valentim que disse ser a sua xara, ou seja, tem o mesmo nome que ela e ofereceu-lhe uma indumentária completa angolana, o pano, a blusa e o lenço da cabeça. Uaauu!! Só tem um problemazinho, a blusa parece servir a duas Teresas juntas, por isso quem a deve usar no futuro deve ser o Ricardo! Acrescente-se que a sua cor é verde florescente.

         Deixando-me de palhaçadas, mas que às vezes também são precisas, deu para ver que hoje foi um dia mais calmo! Começamos, cada vez mais, a sentir-nos em casa e a aprender a viver numa realidade diferente da nossa.
         Sentimo-vos desse lado e isso é muito bom!! Obrigada!


Beijinhos para todos, como dizem aqui “estamos juntos”.

Hoje foi dia de festa!


A pouco e pouco vamo-nos habituando à rotina de cá: a dosagem certa do leite em pó, o malarone, lavar os dentes só com água do filtro e não esquecer do repelente! Apesar de o tempo estar a passar rápido já cá estamos há uma semana. Chegamos de malas cheias de vontade de viver novas experiências e esperança de partilhar e aprender novos costumes. E já vamos novamente enchendo os corações de memórias, alegria, partilha e sobretudo muita humanidade, pois em cada canto por onde passamos recebemos sempre um gesto de carinho, um olhar ternurento.

Hoje o dia foi de Festa, por vários motivos! Começamos por celebrar a Eucaristia mais uma vez com grande alegria, em que o ritmo das músicas africanas contribui para que vivamos esse espírito de uma forma incrível! Apesar disso, eu a Teresa Ascensão deixamo-nos embalar nalgumas partes da homilia. É que levantar todos os dias à 5 da matina tem as suas consequências! :)
 
A Paróquia de São Pedro festejou hoje o encerramento da semana paroquial e também nós estivemos envolvidos nas atividades da comunidade. Montamos uma banquinha no átrio da igreja onde expusemos material de divulgação da congregação e alguns dos brindes da missão Angola 2012, que vocês já conhecem de cor. Na banquinha do lado estava a pastoral da criança que conseguiu angariar fundos para as suas atividades, com a venda de petiscos e uns sumos naturais maravilhosos feitos pela nossa Ir. Judith!



Depois do almoço, também na paróquia, juntamo-nos à festa da comunidade onde não faltou dança, teatro e muita música! Aliás, até fomos convidados para cantar “em palco” com o Miguel Buila,  um dos cantores gospel mais emblemáticos da paróquia e até do país! Toda a população vibra com a música e sabe as letras todas de cor!
Como certamente muitos saberão, hoje foi também um dia muito importante para a nossa comunidade! É que celebramos o aniversário do nascimento de Maria Emilia Riquelme. (Isabel, obrigada pelo miminho!) E como manda a regra, à noite tivemos festa cá em casa com o MEL de Angola onde sentados à mesa partilhamos histórias, gargalhadas, e claro, cantamos os parabéns e provamos o bolo feito pelo Ricardo, que estava delicioso!
E talvez seja este o verdadeiro carisma daquilo que anunciamos, sermos pão partido onde quer que a vida nos leve, enfrentarmos cada dia como uma missão.
Para terminar, só dizer que gostamos muito de ler os vossos comentários, sem dúvida que assim estamos mais pertinho e todos envolvidos neste projeto a que gostamos de chamar missão :)

sábado, 4 de agosto de 2012

O "postoum" - título carinhosamente dado pelo João a este (pequeno) texto


A nossa noção de “cedo” e “tarde” começa, aos poucos, a alterar-se profundamente. Levantarmo-nos às oito parece coisa de preguiçoso – um desperdício de tempo e de sol, que quase nos faz sentir culpados.
Hoje dividimo-nos em dois grupos, para conseguirmos chegar a mais lugares. Às 6h15, eu, o João, a Inês P. e a Teresa A. saímos para a paróquia de Nossa Senhora da Paz; enquanto isso, o Ricardo, a Ana e a Teresa V. tiveram direito a mais um tempinho de cama (preguiçosos!) e saíram às 8 horas para o Centro Paroquial de São Paulo.
À tarde, os papéis inverteram-se: o primeiro grupo foi conhecer o Centro de São Paulo, enquanto o segundo foi para Nossa Senhora da Paz.
Como só são passíveis de ser partilhadas as experiências que vivemos, hoje partilho com mais pormenor a perspetiva do grupo em que me inseri, tendo porém a certeza de que o dia foi muito enriquecedor para ambos.
Hoje foi, pelo menos para mim, o dia que mais mexeu cá dentro desde que chegamos. Foi o dia em que a realidade mais chocou, pelo simples facto de ser real. Depois da tarde de ontem, passada a ver a Luanda nova, esplendorosa, pudemos testemunhar a “outra” Luanda, aquela por onde os olhos passam e não param, por nos pôr demasiado em causa.
Mas começando pela manhã: tudo correu muito bem. Tal como nos outros dias, conhecemos crianças adoráveis de tão curiosas, sedentas de saber mais, de conhecer outras realidades.
Na paróquia de Nossa Senhora da Paz, depois da missa, a igreja transforma-se em salão de catequese. Na falta de espaços para tantas atividades, os espaços existentes são aproveitados ao máximo.
Juntamo-nos àquelas crianças num misto de catequese e aula sobre a cultura, o clima e as tradições portuguesas. À medida que o tempo passava, o grupo ia-se revezando: às crianças que no início nos rodeavam iam-se juntando outras, curiosas com o que se estava ali a passar e com a presença daqueles estranhos de pele clara. Outras saíam do grupo para se juntarem aos seus catequistas, à medida que eles iam chegando.

 
Bombardearam-nos de perguntas: “que é Jesus?”, “porque é que os Católicos dão tanta importância ao terço?”, “em Portugal há estações de comboio?”, “Há angolanos em Portugal?”.
A conversa foi-se construindo a partir das suas dúvidas, e resultou numa grande partilha de experiências.
Ainda nesta paróquia, tivemos a oportunidade de conhecer o Álvaro, um jovem muito dinâmico e dedicado aos projetos da sua paróquia. “Braço direito” do pároco e coordenador paroquial da juventude, tem o sonho de ver o Estádio do Dragão e de visitar Fátima em 2017, no centenário das aparições.
Depois de uma longa conversa com o Álvaro e de uma visita às (escassas) instalações da paróquia, depois de recebermos lindos desenhos oferecidos pelas crianças e de uma dúzia de fotografias tiradas, voltamos para almoçar com o restante grupo.
À tarde, procedemos às trocas: o meu grupo seguiu para o Centro de São Paulo, enquanto os outros seguiram para Nossa Senhora da Paz, não sem antes o chef Ricardo fazer um belo bolo para comemorar o aniversário da fundadora da nossa congregação, Maria Emilia Riquelme y Zayas. E com que belo aspeto ficou! Estamos todos ansiosos que chegue a festa de amanhã.
Apanhamos táxis para os nossos destinos.
Andar de carro em Luanda é um autêntico ato de fé. Particularmente quando falamos dos HIACE, umas carrinhas azuis bem amolgadas e degradadas a que alguns gostam de chamar “táxis”. Entram todos os que conseguirem caber nos bancos, ainda que os passageiros tenham que levar com a anca do passageiro do lado bem colada a si a viagem inteira.
Durante o caminho, o melhor é distrairmo-nos com a paisagem ou fecharmos os olhos, porque a estrada não é boa de se ver. Vale tudo: ultrapassar pela direita, pelo meio, pela berma direita, pela berma esquerda. Andar em contra-mão, se o caminho for mais curto. Atravessar na passadeira, ainda que estejamos em cima de uma mota. Entrar sem olhar numa rua principal, ainda que tenhamos um STOP bem visível à nossa frente. Não dá para descrever muito bem: só visto.
Mas há sempre uma mão ao nosso lado para agarrarmos, sempre que há uma travagem brusca. Valemo-nos uns aos outros, e felicitamo-nos mutuamente por termos conseguido sobreviver a mais uma viagem.
Findo o percurso, chegamos à Terra do Nunca: a terra que Nunca devia existir. À nossa frente, estava a Angola de que sempre ouvimos falar mas nunca imaginamos ver com os nossos próprios olhos.<
A linha do esgoto escavava buracos nas estradas de terra batida, pisadas por crianças de pés descalços. Da cabeça aos pés, estavam cobertas do pó das estradas. Tinham os olhares resignados. Alguns olhavam-nos espantados, enquanto outros saltavam por cima do esgoto como se de um pequeno riacho se tratasse. Levavam os irmãos pela mão e andavam em volta das banquinhas onde os pais vendiam roupa, fruta, puxos de cabelo, comida que parecia agradar muito às moscas que por ali andavam.
O lixo era presença permanente em todas as ruas por onde passávamos. O “limiar da pobreza”, esse conceito vago que vem nos livros de sociologia, estava ali, em frente aos nossos olhos. Vimos crianças a trepar pelos jipes que contrastavam com a sua própria vida. Vimos outras a brincar numa lixeira monumental, colada às barracas que lhes servem de casas.
Acho que o facto de já encararmos este povo como um povo irmão aumentou o nó no estômago ao percorrer aquelas ruas. Apesar de convivermos com a pobreza todos os dias, habituamo-nos ao espírito alegre das pessoas, ao sorriso sempre encaixado no rosto.
Ali, os sorrisos estavam como que adormecidos. Mal abríamos o sorriso a uma criança, o seu rosto transformava-se. Era certo que, enquanto nos visse, ia sorrir sempre e acenar sempre, à espera que respondêssemos ao aceno.
E percebemos que era tudo o que tínhamos para lhes dar. Além de sorrisos, estávamos de bolsos vazios.
Visitamos o grupo de catequese do Centro de S. Paulo, constituído por gente de todas as idades. Partilhamos experiências, cantamos, enriquecemo-nos mutuamente.
Pelo caminho para casa, viemos em silêncio, a perguntar-nos por que raio é que a nossa noção de “indispensável” tem de ser tão diferente da deles.
A ausência de energia em casa aumentou as questões: como havemos de sobreviver sem luz, sem filtro para a água, sem bomba de água para tomarmos banho e lavarmos a cara?
O espírito de “desenrascanço” prevaleceu, e montamos um banho público no pátio. Enchemos bacias com água do poço, e procedemos à lavagem de cabelo das meninas. Claro está que mal a Inês P. acabou de higienizar o cabelo a luz voltou, mas as outras decidiram passar pelo mesmo processo por solidariedade.
De cabelo lavadinho, completamos o banho no chuveiro e juntamo-nos à mesa, a celebrar a nossa vida privilegiada e a oportunidade de nos darmos conta dela.

PS: Hoje nasceu uma nova Vida. E vou-me aproveitar do facto de hoje o blogue estar a meu cargo para agradecer por ela. Um grande beijinho ao meu novo primo Rodrigo, à grande Tia Gi e a toda a família! Encham-no de beijos por mim! :)
PS2: desculpem o testamento, é mais forte que eu.

Mais um dia ;)

Hoje o dia começou novamente cedo!
Mal o dia clareou, por volta das 6h20 saímos de casa rumo ao Centro Paroquial Espírito Santo.
O atraso que demos relativamente à hora prevista para a saída já não nos permitiu chegar a tempo do início da Eucaristia.

A igreja estava anormalmente cheia para um dia de semana. Havia pessoas a transbordar pelas várias portas da igreja e um amontoado de malas e trouxas estava à entrada do recinto.
Foi este o primeiro sinal que nos recordou que hoje é dia de partida para milhares e milhares de pessoas que dos vários pontos de Angola e do mundo vão participar este fim-de-semana na peregrinação anual ao santuário de Muxima.
Muxima é o santuário mariano mais importante da Angola, uma espécie de Fátima angolana, mas num recinto bastante mais pequeno e com muito mais gente.
Estava inicialmente programada uma visita nossa a Muxima nesta data, mas de forma a evitar a confusão do aglomerado de gente, esta foi adiada para a próxima semana, ainda aguardando confirmação de disponibilidade dos nossos "guias turísticos" do MEL Angola.

Ainda não tinha acabado a Eucaristia e já chegavam de todos os lados as crianças para a escola do centro paroquial.
De repente, como o tocar da campainha, todas as crianças se enfileiraram por turmas (duas de cada ano do 1º ao 3ºano; os alunos do 4º ao 6º vêm no turno da tarde) e à voz da professora coordenadora, em uníssono,  saudaram-na, saudaram-nos, cantaram o Hino Nacional e relembraram uma cantilena com as regras de bom comportamento na escola, em casa e na sociedade.

"Na escola, criança educada - sociedade feliz
Em casa, criança educada - ambiente feliz!
Na rua, criança educada - sociedade feliz!

Na mesa, criança educada - ambiente feliz!"


Turma a turma, comboinho a comboinho começaram a entrar ordeiramente nas respetivas salas.
Entretanto passamos na sala dos professores, que estavam já de saída para se juntarem aos alunos nas salas, e saudámo-los, fazendo também uma breve apresentação nossa.

Entretanto mata-bichamos qualquer coisa e eis que nos surgiu o convite para dinamizarmos uma atividade com todas as crianças, durante uma hora.
E assim foi, do improviso nasceram músicas e brincadeiras para abordar a importância da higiene no dia-a-dia de cada criança, assim como a importância de cada profissão na construção de uma sociedade melhor.
No final, aconteceu  mais um momento de brincadeira e convívio com as crianças.

É engraçado como ficam admiradas com a nossa cor de pele branca, pegando nas nossas mãos e observando cada pormenor atentamente, cheirando e até beijando...
Antes de irmos embora, todos queriam um abraço ou um beijinho e manifestavam com um sorriso o prazer de terem estado connosco, aos quais tentamos retribuir com igual sentimento e expressão.

Voltamos a casa para almoçar e saímos logo de seguida para um passeio turístico à baixa de Luanda (zona nova) com o pessoal do MEL Angola que nos veio apanhar.
São imensas as casas (em condomínios fechados) e edifícios novos já construídos e outros ainda em construção naquela zona de Luanda. Há uma cidade nova a nascer ali. Fizemos uma paragem no BelasShopping, um centro comercial novo idêntico aos nossos de Portugal e aí lanchamos todos e convivemos durante um bom bom bocado.

Quando saímos já era noite, mas ainda deu tempo para irmos de carro até à ilha de Luanda ver as vistas de Luanda à noite.
O trânsito e as obras são uma constante nestas ruas, sempre acompanhadas de lonas publicitárias das empresas de construção civil cujos nomes nos são bastante familiares.

Por fim, regressamos a casa e jantamos.
Depois foi "xixi e caminha" porque amanhã o dia começará mais uma vez bem cedinho!

Um abraço de nós todos para todos os que lêem e acompanham esta nossa Missão ;)


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Abraços Grátis!


Hoje o dia começou novamente cedo! Saímos de casa por volta das 6h00 para celebrar a eucaristia com a comunidade do Centro Paroquial de São Pedro Apóstolo, sempre surpreendidos pelas vivas músicas e acolhidos com todo o carinho pela comunidade. Apertos de mão, “bom dia irmão” e sorrisos, são já para nós marcas deste povo! 


Como é característico de Angola, os Centros Paroquias incluem um centro de catequese e escola até à 6ª classe. Somos sempre surpreendidos pela organização e colaboração que existe entre todos e pelo acolhimento sem juízos de valor ou julgamentos entre si. Fazem sacrifícios e contornam as regras para conseguirem o melhor para todos, sem contudo prejudicar ninguém. E mesmo parecendo não ter nada, conseguem sempre fazer muito!


Tivemos o privilégio de uma visita guiada pelo centro através do nosso amigo Adilson do grupo MEL de Angola, que mostrando-se extremamente disponível levou-nos a conhecer cada uma das turmas. Ao entrarmos nas salas de aula todos os alunos se levantavam e éramos saudados com um “Bom dia senhores visitantes. Peço permissão para sentar!”. Após “consentirmos” (que até me sentia mal, em ter de lhes dar permissão) diziam-nos obrigada e presenteavam-nos com músicas variadas agradecendo a nossa visita ao seu povo. Deles levamos sem dúvida a humildade e uma grande simplicidade. 


Terminadas as aulas tivemos a enorme satisfação de estar com as crianças no recreio. Ensinaram-nos o “seu kuduro”, e arrebataram-nos literalmente com uma quantidade imensa de mimos, abraços, beijos e lembranças. Questionaram-nos acerca do nosso país e à despedida perguntaram-nos quando seria a nossa próxima visita, que mutuamente esperamos que seja para breve… (ainda para mais porque ficamos sem bateria na máquina fotográfica!!)

Ao final da tarde fizemos uma oração comunitária cá em casa, que foi muito bem preparada pelos nossos irmãos do MEL de Angola. Lembraram-nos da importância de sermos presença na vida do outro e de sermos corresponsáveis de todos os corações.

Como podem ver, não poderíamos estar mais próximos daquilo que é a verdadeira condição humana. Aqui dá-se valor à pessoa e criação de laços fraternos.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Notícias de Luanda – 5º dia


Como estavamos fartos de dias calmos e calminhos, hoje levantamo-nos cedo com’ó caneco para sair de casa às 6h10 a caminho da Eucaristia. Sim, porque aqui celebra-se às 6h30!!
A celebração é menos animada do que ao fim de semana e, apesar de a assembleia ser mais idosa, a alegria é uma constante! Tal como no domingo, fomos apresentados à comunidade e acolhidos com o calor e o “Bom dia, irmãos!” típicos de Angola. Esta receção ficou completa com o cumprimento pessoal de alguns irmãos que retratam bem a simpatia que por cá é modo de vida.
Depois da Eucaristia no Centro do Espírito Santo, visitamos as salas administrativas e de aulas que se situam à volta da igreja, guiados pela Ir. Judite.


Ao longo do caminho demos o “Bom dia!” a quem se cruzou connosco e recebemo-lo de volta sempre acompanhado de um sorriso.

Regressados a casa, mata-bichamos (em português de Angola significa que tomamos o pequeno almoço) e de seguida o grupo dividiu-se para desempenhar importantes tarefas: uns dormiram, outros tomaram banho, outros escreveram e este que vos escreve ficou a ver  (os que dormiam e escreviam, SÓ!).

Como as irmãs estão a trabalhar até às 14h, tratamos nós do almoço.
A chef Pintalhão apoderou-se da cozinha e caprichou na preparação de um peixinho com arrozinho e saladinha. Estava bom e já acabou…
Terminado o repasto, na falta de uma máquina, a homónima Rocha voluntariou-se para a dantesca tarefa de higienização dos numerosos utensílios de cozinha amplamente utilizados pela supracitada chef. Tal tarefa contou com a minha (ajudante João, abaixo assinado) colaboração que se concretizou na retirada da espuminha da louça; a ajudante Ana assegurou a eficaz secagem da mesma. A Inês Pintalhão, já desprovida do título de chef, garantiu a reportagem fotográfica do evento e a Teresa Ascensão forneceu o sempre necessário apoio moral, não deixando o ânimo esmorecer.
Enquanto esta tarefa terminava, a Inês Pintalhão, o Ricardo e a Teresa acompanharam a Ir. Judite ao mercado.

Por volta das 17h começou a nossa partilha com o grupo MEL de Angola. Hoje abordamos o tema “Maria Emília e Maria” e, mais uma vez, descobrimos afinidades e um sentir comum que encurtam os milhares de quilómetros de distância que não só não nos separam como agora nos unem.
No fim deste já habitual momento de crescimento comum, partilhamos um pequeno lanche com os nossos irmãos de Luanda.
Para terminar a tarde, sentamo-nos com a nossa irmã Nária - do grupo MEL de Luanda – e colocamos-lhe várias perguntas. Com as respostas ela ajudou-nos a conhecer o meio cultural e social em que vamos fazer as nossas formações e possibilitou afinar alguns pormenores na abordagem dos temas.


Seguiu-se um ótimo jantar preparado pelas nossas Irmãs, com a alegria de uma mesa cheia! A comida estava excelente, como comprovamos pelos vários momentos de silêncio…
A tarefa de lavagem da louça afigurou-se desta vez mais normal e foi assegurada pelo Ricardo e Teresa Valente.
Para finalizar o dia, depois de uns momentos de conversa, uns foram dormir, outros tomar banho e este vosso escriba sentou-se em frente deste computador a relatar-vos o dia.

O texto está enorme, mas isso é reflexo da alegria e do entusiasmo do grupo!
Até breve!
Hoje tivemos mais um dia calminho... O pequeno-almoço foi por volta das 10h. Como as irmãs que estão em casa neste momento têm os seus trabalhos em diferentes locais, saem de casa mais cedo e por isso não chegamos a estar com elas pela manhã.
Por volta das 11h fizemos um pequeno momento de oração, com base no livrinho da Missão Angola que a nossa mana Isabel nos preparou... o P. Ademar acompanhou-nos e a partilha entre todos foi muito boa... falamos da importância de separar o trigo do joio que existe dentro de nós próprios (precisamos de arrancar as ervas daninhas, para que a "nossa terra" fique limpa e deixe as sementes boas germinarem).
Como a casa e o almoço ficaram por nossa conta, o resto da manhã foi dedicada às limpezas e depois a preparar o almoço.
Por volta das 12h30 passam aqui na rua as crianças vindas da escola a caminho das suas casas e hoje houve lugar para uma "aula de português" que o P. Ademar deu aqui à porta de casa. Os sorrisos destas crianças são encantadores! =)

Após o almoço, houve quem se dedicasse à preparação de alguns trabalhos e houve lugar para uma partidinha de Trivial com o P. Ademar. E por volta das 16h30 começaram a chegar os nossos manos do MEL Angola (alguns vindos já do seu trabalho, outros ainda vão depois da nossa reunião para outros trabalhos ou tarefas pessoais/ familiares). Hoje o tema do nosso encontro foi "Maria Emília e a Missão Ad Gentes".
Juntos percebemos que a Missão Ad Gentes não é apenas a missão além fronteiras do nosso país, é, acima de tudo, uma missão além de nós mesmos e junto dos que mais necessitam... afinal, foi esse mesmo exemplo que nos deu Maria Emília.
Estes encontros com os nossos manos MEL têm sido muito bons, pela partilha de ideias, de experiências, de sentimentos e de sonhos. A cada dia vamos nos conhecendo um pouco melhor... e hoje até aprendemos um cântico em Umbundu.
Finalmente, às 19h00 pudemos celebrar a Eucaristia aqui em casa e depois jantamos!

Estes primeiros dias têm sido mais calmos do que o que estávamos a contar, mas é também uma forma de nos ambientarmos e prepararmos energias para os dias que se seguirão.

Como vêem está a ser uma experiência muito muito boa e amanhã há mais!

Abraços fraternos cheios do calor e da alegria de Angola!

P.S. Como podem ver na foto, hoje eu andei pela 1ª vez com um pano (da Ir. Alice) que além de dar uma saia muito bonita e tipicamente angolana, é também uma forma de protecção dos mosquitos.