quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O hábito fora do habitual

O hábito de acordar cedo (quase) todos os dias começa a fazer escola. Hoje acordei às 7h10 a achar que estava atrasado para o pequeno almoço, embora este estivesse marcado para daí a uma hora.
Se para nós a percepção do cedo e tarde se alterou, por aqui a própria noção de horário é, muitas vezes, uma vaga ideia. Estava previsto sairmos de casa às 8h30 mas por vários motivos não foi possível. Enquanto esperávamos aproveitamos para fazer a oração da manhã, lendo uma reinterpretação das bem-aventuranças escrita pelo Pe. José Tolentino Mendonça.

Depois desse momento continuamos a esperar e já perto das 10h saímos para ir a uma feira de artesanato no Bairro de Benfica, na zona sul de Luanda.
A viagem não foi muito longa, mas mesmo assim o espírito de aventura teve de voltar a estar presente, pois a única alternativa é o medo. Ultrapassar é um conceito que aqui se aplica de todas as formas e feitios, exceto as que estão definidas no código. As linhas das estradas apenas servem para a identificar com sendo de facto uma via de trânsito, pois ninguém lhes presta atenção nem as respeita. A prioridade resolve-se com uma “entrada à campeão” que rapidamente transforma 3 vias de trânsito em 4. Os carros andam até partir. Depois de partir colam-se e continuam a andar. Os táxis são uma exceção, porque andam mesmo estando partidos. No meio disto tudo, entre as filas de trânsito, nas zonas onde se anda mais devagar, estão os vendedores ambulantes. Vendem de tudo um pouco: de chuveiros a jornais, passando por meias, fruta e terminado em peças de carros. É um caos estranhamente funcional.

Agora que já enchi o post, vamos ao que interessa do dia de hoje.

Na tal feira de artesanato, no meio de estatuinhas, estatuetas, colares, quadros e muitas outras coisas, a palavra de ordem é regatear. Os preços começam invariavelmente altos e vão descendo até ao ponto em que a paciência do cliente e a necessidade do vendedor se encontram. O ambiente é engraçado e somos constantemente abordados por outros vendedores que acham que, por sermos estrangeiros, temos muitos kwanzas para gastar… Algumas peças facilmente fariam perder a cabeça e parte da carteira, mas depois de meia dúzia de compras viemos embora.
Querem saber o que compramos? Eu digo: coisas africanas.
Estragar surpresas é feio e daqui por duas semanas já saberão.



Após uma viagem de regresso “normal”, chegamos a casa para almoçar como é costume: bem e em família.
Acabado o almoço, o grupo dividiu-se. As meninas de nomes emparelhados (Inês Pintalhão, Inês Rocha, Teresa Ascensão e Teresa Valente) ficaram em casa a preparar algumas formações que vamos realizar. O pessoal de nome único (Ana, Ricardo e eu) foi com a Ir. Judite ao Centro Paroquial do Espírito Santo para uma sessão de bricolage numas mesas da secretaria do centro.
Além disso, as Teresas usaram (cada uma na sua área de formação) o “consultório” que agora me serve de espaço de redação e daqui a pouco me vai servir de quarto. Por falar em quartos, aqui estão as fotos deles




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No fim do dia reunimo-nos de novo à mesa para o jantar. Depois de comer continuamos a tratar das formações até irmos para a cama.

E por hoje é tudo. Amanhã a Missão continua!
Até breve!

6 comentários:

  1. Ando a acompanhar estes relatos com muita alegria por ver que a Missão (aí como aqui) é sempre necessária e bem acolhida. Vejo também que, a quem a ela se entrega, Deus recompensa a 100 por 1!
    Preocupa-me uma coisa (além das aventuras no trânsito): os posts já de madrugada (alta!) para quem se levanta cedo... além de um que eu conheço e que vai ter exames...
    Bom trabalho para todos!

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    1. Obrigado!
      Não te preocupes porque hoje levantei-me à hora a que escrevias o teu comentário. Além disso, ontem a net, que normalmente funciona à velocidade das lesmas, estava como os ursos no inverno: parada e a consumir reservas (as minhas). O trânsito é uma questão de hábito...

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  2. Bom dia irmãos!
    Essas aventuras "conduzisticas" são de arrepiar. Uma sugestão: escolham o táxi que tiver menos amolgadelas. Sempre inspirará mais confiança...
    Por cá a vida é um bocado mais monótona: casa-praia, praia-casa com passagem pela piscina.
    É bom saber que ainda há quem se preocupe em fazer os outros felizes...
    Por agora é tudo. Lá vamos nós prá praia.
    Abreijos para todos(as).
    Nuno, Dadinha e João.

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  3. João, deixaste o sweat nas costas da cadeira! (onde é que eu já ouvi isto?! :D )

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  4. Beijinhos. Até logo!

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